O Fair Finance Guide International (FFGI) iniciou-se em Janeiro de 2014 e atualmente é composto por coalizões de organizações da sociedade civil de sete países: Bélgica, Brasil, Dinamarca, França, Holanda, Indonésia, Japão e Suécia. Um total de 20 membros, incluindo as organizações parceiras em cada país, tem o objetivo de desenvolver os Guias dos Bancos Responsáveis em seus países, seguindo o exemplo da iniciativa holandesa, o Dutch Fair Bank Guide. O FFGI publica uma série de estudos de caso sobre as políticas e práticas dos bancos avaliados nos países participantes.
O primeiro estudo do atual grupo de sete países do FFGI foi publicado no início de 2015. O presente estudo destaca as tendências de investimento de 75 instituições financeiras atuantes nos sete países do FFGI em combustíveis fósseis (carvão, óleo e gás), fabricantes de equipamentos e operadores de plantas geradoras de energia renovável (empresas de engenharia e fabricantes de painéis solares, plantas de energia solar concentradas, turbinas eólicas e turbinas a vapor para energia geotérmica), no período compreendido entre 2004 e 2014. Dada a urgente necessidade de uma transição energética, este estudo avalia se o financiamento a esta transição segue no caminho certo.
Em 2012, as emissões de CO2 representaram 81% das emissões de gases do efeito estufa (GEE). Estas emissões foram principalmente o resultado da combustão de combustíveis fósseis (carvão, óleo e gás natural) para geração de energia e transporte. Combustíveis fósseis são o principal motor do aquecimento global. Se o mundo deseja evitar o perigoso aumento de temperatura além dos 2°C, até 80% das reservas de combustíveis fósseis devem permanecer intocadas.
Quando instituições financeiras (IFs) fornecem capital para companhias de setores envolvidos com combustíveis fósseis, e tal capital é usado para extração e produção destes combustíveis, pode-se afirmar que estas instituições estão financiando a emissão de GEE. Consequentemente, pode-se considerar que IFs que investem em tais atividades estão também financiando a intensificação das mudanças climáticas.
Por outro lado, quando instituições financeiras financiam companhias ativas em fontes de energia renováveis, que podem ser usadas também para o setor de transporte, pode-se afirmar que estas IFs estão financiando a mitigação das mudanças climáticas.
Na última década, um número crescente de instituições financeiras firmou compromissos para aumentar o impacto positivo de seus investimentos e reduzir o impacto negativo. Entre esses, está o compromisso para redução do impacto nas mudanças climáticas, particularmente a partir da redução dos investimentos em combustíveis fósseis e aumento dos investimentos em fontes de energia renováveis.
Diversas instituições financeiras investem em ambos os tipos de empresas. É certo que elas devem distribuir seu risco, e uma das maneiras de fazer isso é através do investimento em uma ampla gama de atividades econômicas. Dada a necessidade de reduzir o consumo de combustíveis fósseis a fim de atenuar as mudanças climáticas, é então crucial que as IFs aumentem o investimento em fontes de energia renováveis e diminuam seus investimentos em combustíveis fósseis. Os investimentos de hoje determinam o mundo de amanhã, e o financiamento é o primeiro motor a se movimentar.
As instituições financeiras têm um papel duplo no fomento à transição energética. Em primeiro lugar, é a partir de seu envolvimento com as empresas de geração de energia que incentivam uma mudança significativa no uso de energia renovável. Em segundo lugar, está o financiamento às energias renováveis.
Cada coalizão nacional do FFGI foca seu estudo em um grupo de instituições financeiras de seus países. Estão incluídos neste estudo bancos da Bélgica, Brasil, Dinamarca, França, Holanda, Indonésia, Japão e Suécia. Considerando que há bancos que atuam em mais de um país, este estudo engloba 56 instituições financeiras.
Além destas instituições financeiras, outras dezenove grandes instituições financeiras foram selecionadas a partir do ranking total de ativos, de modo a apresentar uma comparação global de instituições financeiras e seus investimentos relacionados a mudanças climáticas. No total, 75 instituições financeiras foram, portanto, incluídas neste estudo.
Metodologia
Como mencionado acima, 81% das emissões de GEE são atribuídas ao consumo de energia. Destas, 40% das emissões de GEE no setor energético são oriundas da geração de energia. A extração de carvão fornece insumos para a geração de energia. Óleo e gás também são insumos para a geração de energia, para o setor de transportes e outros usos. Todos estes setores são considerados de alto impacto ambiental durante a etapa de extração, produzem altos níveis de emissão e usam fontes não-renováveis de energia. Esta combinação de fatores classifica o investimento nestes setores como indutores das mudanças climáticas, ou como investimentos negativos.
Quando direcionados a outras fontes de energia, os investimentos são considerados positivos na mitigação das mudanças climáticas. Esta classificação é feita com base no fato de que estas fontes podem ser consideradas uma alternativa viável aos combustíveis fósseis utilizados na geração de energia e no setor de transporte, através de uma análise do impacto e das emissões das fontes alternativas. Alternativas que são consideradas de baixo impacto ambiental e social, com baixo nível de emissões e que representam fontes renováveis de energia foram incluídas no estudo. De maneira geral, este estudo focou em tecnologias de geração de energia elétrica com emissões de ciclo de vida abaixo de 50 gramas de CO2 equivalente (CO2eq) por quilowatt-hora. Quando as instituições financeiras investem nestes setores, podemos afirmar que estão financiando a mitigação das mudanças climáticas e, portanto, realizando investimentos positivos.
Este estudo foca nos setores que representam 65% das emissões de GEE no setor energético e mais de 53% do total de emissões de GEE.
Os seguintes setores foram selecionados:
• Geração de energia
• Óleo e gás
• Mineração de carvão
• Fabricação de painéis solares
• Fabricação de turbinas eólicas
• Fabricantes de equipamentos de energia geotérmica
• Projetos de energia renovável (solar, eólica, energia geotérmica)
Os seguintes setores foram excluídos:
• Bioenergia (biocombustíveis e biomassa)
• Energia hidroelétrica
• Energia nuclear
• Energia das marés
As fontes de energia acima não foram incluídas no escopo do estudo devido a polêmicas com relação a seus impactos sociais e ambientais, ainda que sejam alternativas às fontes tradicionais que contribuem para a intensificação das mudanças climáticas. Assim, a coalizão internacional optou por não analisar os investimentos das instituições financeiras em atividades relacionadas com estas fontes.
No total, 178 empresas foram selecionadas e mais de 540 projetos de energia renovável foram pesquisados. O estudo pesquisou os investimentos realizados pelas instituições financeiras nestas empresas e projetos ao longo do período compreendido entre 2004 e 2014. Para isso, foram utilizadas bases de dados financeiros – Thomson e Bloomberg –, incluindo plataformas específicas como a Bloomberg New Energy Finance.
A maior parte das companhias selecionadas são ativas em mais de um setor. Empresas de geração de energia, por exemplo, podem atuar também em mineração ou outros setores. Uma série de empresas do setor de óleo e gás também estão envolvidas em energia renovável. Empresas mineradoras também costumam atuar na extração de outros minerais além do carvão.
Considerando este fato, índices de ajuste no portfólio foram calculados para as empresas envolvidas na extração de carvão, óleo e gás, e geração de energia. Ou seja, a proporção das atividades relevantes das companhias para seus setores foi calculada com base nos portfólios anuais para o período 2004-2014. Esta proporção foi usada para estimar os investimentos das instituições financeiras em combustíveis fósseis ou energia renovável nos casos em que o financiamento não foi especificamente destinado a um projeto de combustíveis fósseis ou energia renovável (como participação acionária, empréstimos para capital de giro ou dívida corporativa em geral). Por exemplo, a Companhia A recebeu um empréstimo de US$ 100 milhões do Banco A em 2004. Em 2004, a Companhia A tinha 98% dos ativos em petróleo e outros 2% em setores não relevantes ao estudo. Foram atribuídos, portanto, US$ 98 milhões ao investimento da instituição financeira em combustíveis fósseis. Se, por exemplo, a Companhia A tivesse ativos no setor eólico, este montante seria atribuído a energias renováveis. A Companhia A recebeu do banco A um total de US$ 100 milhões em 2014. Ao mesmo tempo, 95% dos ativos da Companhia A eram no setor de óleo e gás, 3% em energia eólica e 2% em setores não relevantes. Neste caso, US$ 95 milhões foram atribuídos a combustíveis fósseis, US$ 3 milhões a energias renováveis e US$ 2 milhões não foram incluídos neste estudo.
Nos casos em que foi identificada uma estrutura de financiamento de projeto (project finance), o estudo pesquisou o objetivo da operação para determinar se fazia parte do escopo e como deveria ser classificado (energia renovável ou combustíveis fósseis). Se, por exemplo, uma empresa de óleo e gás recebeu um project finance para um parque eólico, então este financiamento foi atribuído a energia renovável.
O estudo fornece exaustiva e recente informação sobre investimentos em combustíveis fósseis e energia renovável, assim como suas tendências a partir das instituições financeiras selecionadas. No entanto, devido a esta seleção, e à disponibilidade de dados detalhados na relação entre clientes e instituições financeiras – particularmente com relação a operações bilaterais ou empréstimos mantidos em balanço –, os níveis reais de investimento em combustíveis fósseis e energia renovável são maiores que os capturados neste estudo.
Principais resultados sobre as 25 maiores instituições financeiras
No total, este estudo identificou 14.164 transações envolvendo as 25 maiores instituições financeiras. De 2004, um ano antes do Protocolo de Kyoto entrar em vigor, até 2014, os 25 maiores bancos destinaram pelo menos US$ 1,854 trilhão para as maiores empresas em combustíveis fósseis e apenas 8,44%, ou US$ 171 bilhões, para as de energia renovável. Este número leva em conta apenas empréstimos sindicados e atividades de subscrição para as empresas selecionadas e para projetos de energia renovável. Isso significa que o financiamento das empresas produtoras de combustíveis fósseis e empresas de energias renováveis é provavelmente maior do que o capturado por este estudo, devido às relações de financiamento bilaterais.
No segundo período deste estudo (2009-2014), as 25 maiores instituições financeiras aumentaram seu financiamento para energia renovável em 35%, um total de US$ 98 bilhões, em comparação com o período anterior (2004-2008), quando financiaram US$ 73 bilhões. No entanto, ao mesmo tempo, elas aumentaram seu financiamento a combustíveis fósseis em 1%, para US$ 931 bilhões, partindo da base de US$ 923 bilhões.
Dentre as 25 maiores instituições investigadas, apenas duas operam no território brasileiro: HSBC e Santander. Nos últimos cinco anos, o HSBC reduziu em 6% seus investimentos globais em energia de origem fóssil, mas ainda mantém 89% do total de seus ativos nesse tipo de matriz energética; já o Santander, elevou em 3% suas apostas em energia fóssil, mas tem apenas 64% dos seus ativos concentrados em produção de energia não renovável.
A Figura 1 apresenta o ranking das instituições financeiras mais ativas no financiamento a combustíveis fósseis no período entre 2009 e 2014. Ao focar nos últimos 5 anos, temos um panorama mais atual das atividades de financiamento destas instituições no que diz respeito a combustíveis fósseis e energia renovável. Os três primeiros lugares do ranking são ocupados por IFs dos Estados Unidos. No período 2009-2014, Citigroup e JP Morgan forneceram mais de US$ 75 bilhões (93,75%) às companhias de combustíveis fósseis; no mesmo período, forneceram apenas US$ 5 bilhões (6,25%) em empréstimos e subscrições às empresas de energia renovável.
A Figura 1 mostra que esta diferença em financiamento de combustíveis fósseis e energia renovável é frequente nas 25 maiores instituições financeiras. Nenhuma delas forneceu mais de US$ 8 bilhões em empréstimos e subscrições a nenhuma das companhias de energia renovável selecionadas. De fato, apenas 9 das 25 instituições forneceram mais de US$ 5 bilhões em empréstimos e subscrições a tais empresas neste período. Em contraste, todas as 25 maiores instituições financeiras forneceram mais de US$ 10 bilhões em empréstimos e subscrições às companhias de combustíveis fósseis. De fato, 16 forneceram mais de US$ 25 bilhões e 8 forneceram mais de US$ 50 bilhões em empréstimos e subscrições a empresas de combustíveis fósseis.
Figura 1. Ranking de investimento acumulado (empréstimos e subscrições) em combustíveis fósseis das 25 maiores instituições financeiras, no período entre 2009-2014 (em US$ milhões)
Em termos de investimentos em ações, os 25 maiores bancos investiram em média US$ 103 bilhões por ano em combustíveis fósseis nas empresas de energia e de insumos energéticos selecionadas pelo estudo. Podemos comparar este montante aos US$ 4 bilhões investidos em ações para empresas de energias renováveis consideradas no estudo.
A Figura 2 apresenta o ranking das 25 maiores instituições financeiras com base na média anual de seus investimentos em participação acionária atribuídos a combustíveis fósseis no período 2009-2014. JPMorgan Chase, UBS e Bank of America investiram uma média de mais de US$ 11 bilhões no período, ocupando as três primeiras posições neste ranking. Apenas 9 bancos tiveram uma média anual de investimentos abaixo de US$ 1 bilhão para combustíveis fósseis.
A Figura 2 também mostra que essa grande diferença entre os investimentos médios anuais em ações de companhias selecionadas como ativas em combustíveis fósseis e em energia renovável é comum a todas as 25 maiores instituições financeiras. Com relação a esta participação acionária, somente uma IF obteve uma média anual de seus investimentos em energia renovável acima de US$ 1 bilhão, a Mitsubishi UFJ Financial. Apenas outra instituição financeira teve uma média anual de investimento em ações acima de US$ 0.5 bilhão, o Deutsche Bank. O terceiro maior investidor em combustíveis fósseis, o Bank of America, no período de 2009-2014, teve um investimento anual em ações em energia renovável de apenas US$ 68 milhões.
Figura 2. Ranking de investimento médio anual (participação acionária) em combustíveis fósseis das 25 maiores instituições financeiras, entre 2009-2014 (em US$ milhões)
Principais resultados para 75 instituições financeiras
As principais descobertas do estudo em relação às 75 instituições financeiras estão resumidas abaixo:
Nenhum compromisso na maioria dos casos
Este estudo identificou que muitas das instituições financeiras não possuem políticas ou compromissos de mitigação de mudanças climáticas.
Mas um número crescente de instituições financeiras possui compromissos de mitigação de mudanças climáticas. Um certo número possui políticas especiais, diretrizes de investimento e até mesmo fundações criadas para financiar pesquisa sobre mudanças climáticas. Algumas IFs atuam no mercado de ‘green bonds’ e oferecem produtos sustentáveis para seus clientes. Entretanto, todos esses esforços são insignificantes quando ainda há um aumento no financiamento a combustíveis fosseis.
É possível que uma parte do financiamento esteja sendo utilizado por companhias de combustíveis fósseis para pesquisa e desenvolvimento com o objetivo de reduzir o seu impacto negativo no meio ambiente. A questão é saber qual proporção serve a este propósito e o quanto está sendo utilizado para explorar, extrair, processar e comercializar os hidrocarbonetos que conduzem ao aquecimento global e aos desastres socioambientais.
Lento crescimento na capacidade instalada de energias renováveis
No período de dez anos coberto pelo estudo, a capacidade total instalada das companhias selecionadas (a nível mundial e nos países parceiros da coalizão - ver lista no Apêndice 1) atribuída à energia renovável ainda não ultrapassou 10%. Em 2014, mais de 60% da capacidade total instalada foi para geração de energia com base em combustíveis fósseis, menos de 10% para energias renováveis, e os restantes 30% em fontes energéticas que não foram incluídas no escopo deste estudo.
Fraco aumento no financiamento a energias renováveis
Na segunda parte do período do estudo (2009-2014), as 75 instituições financeiras selecionadas forneceram 26% a mais em empréstimos e subscrições à energia renovável para as companhias selecionadas, em comparação com a primeira metade, um salto de US$ 95 bilhões para US$ 119 bilhões. No entanto, elas também forneceram 1,5% a mais em empréstimos e subscrições atribuídos a combustíveis fósseis, um aumento de US$ 1.008 bilhão para US$ 1.023 bilhão.
Na primeira parte do período estudado, 6% do total de financiamento às companhias selecionadas e aos projetos de energia realizado pelas 75 instituições financeiras foram atribuídos à energia renovável. Para combustíveis fósseis, esta proporção foi de 62%. Isto implica em uma diferença de 57 pontos percentuais a favor dos combustíveis fósseis. Ou seja, a proporção de combustíveis fósseis foi muito maior do que a proporção de energias renováveis.
Já na segunda parte do período estudado, a proporção de financiamento atribuído à energia renovável para as empresas selecionadas cresceu para 8%. Esse resultado positivo, embora marginal, foi prejudicado pelo fato de que a proporção do financiamento total das empresas selecionadas atribuído a combustíveis fósseis aumentou para 65%. A disparidade de 57 pontos percentuais permaneceu. Esta diferença deve-se à redução do financiamento atribuído às demais fontes de energia não incluídas no escopo deste estudo.
Diferenças entre países
Existem diferenças de performance significativas entre os países que participam deste estudo. As instituições financeiras ativas na Suécia, Japão, Indonésia e na Holanda, por exemplo, tiveram um aumento no percentual de financiamento em energias renováveis. Apenas as instituições financeiras ativas na Holanda tiveram um decréscimo nos seus financiamentos em combustíveis fósseis e obtiveram as maiores proporções de financiamento dentre as companhias selecionadas ativas em energias renováveis. As instituições financeiras ativas na Suécia tiveram o maior aumento em financiamento de combustíveis fósseis. Já as instituições financeiras ativas no Japão e na Indonésia apresentaram as maiores proporções de financiamento atribuído a combustíveis fósseis. As instituições financeiras ativas na Bélgica e na França reduziram as proporções do seu total de financiamento relacionados à energia renovável.
Em termos de subscrições, as instituições financeiras ativas na Bélgica, Dinamarca, Japão e Suécia reduziram as proporções atribuídas à energia renovável. As instituições financeiras da Holanda foram as únicas que reduziram a proporção de seus investimentos em combustíveis fósseis.
Diferenças entre bancos
Existem diferenças significativas entre os bancos. Esse estudo inclui uma série de instituições financeiras que se consideram contribuindo com o meio ambiente e com a sociedade. Diversas instituições financeiras neste estudo concentram-se em seus mercados domésticos, enquanto outras são grandes bancos internacionais. Os detalhes sobre essas diferenças estão incluídos no relatório.
Recomendações da rede do Fair Finance Guide International
A fim de alcançar a meta de aquecimento global abaixo de 2ºC, as instituições financeiras devem reduzir e eliminar os combustíveis fósseis de suas carteiras, começando pelo carvão. Consequentemente, bancos e governos devem implementar as seguintes recomendações:
Para os bancos: Aumentar e Reduzir; Calcular e Divulgar; Publicar e Comprometer-se
• Aumentar o financiamento a fontes de energia renováveis em uma escala muito maior que a atual, e:
• Reduzir e eliminar gradualmente o financiamento destinado a combustíveis fósseis, começando pelo carvão. Se o financiamento em combustíveis fósseis continuar a aumentar, serão prejudicadas quaisquer conquistas alcançadas no financiamento a energias renováveis.
• Calcular e divulgar as emissões financiadas associadas a empréstimos e investimentos.
• Publicar valores globais e detalhados de todos os financiamentos anuais para o setor de energia por tipo de energia e de apoio – financiamento direto, indireto, investimentos, emissões de ações e títulos, e outros serviços de assessoria financeira, e:
• Comprometer-se em eliminar gradualmente todos os financiamentos em combustíveis fósseis, seja por financiamento direto ou indireto, começando pelo carvão.
Para os governos
• Adotar legislação a fim de avaliar, calcular e publicar as emissões de GEE das instituições financeiras e empresas anualmente.
• Adotar metas, políticas e legislação consistentes com a mudança climática internacional a fim de reduzir o financiamento destas emissões.
• Adotar políticas e leis para instituições financeiras a fim de reduzir e eliminar gradualmente o seu financiamento em combustíveis fósseis, começando pelo carvão.