quinta-feira, 26 de janeiro de 2023
No início do mês de janeiro de 2023 o Banco Central colocou em vigor as novas regras do Pix. O sistema de transferências e pagamentos instantâneos foi criado pelo órgão em 2020 e logo se tornou um querido. As pessoas passaram a poder fazer transferências entre bancos de forma imediata e sem custos.
Porém, toda essa facilidade também trouxe pontos negativos. O Pix se tornou alvo de golpistas que passaram a utilizar dessa facilidade para aplicar golpes e roubar dinheiro das pessoas consumidoras.
Com todos esses problemas, o Banco Central resolveu criar novas regras para o Pix, já no ano de 2021. Foram medidas com o intuito de aumentar a segurança das pessoas que utilizavam o sistema, como: definição de limite noturno, mudanças no prazo para alteração de limites, cadastro de contas e criação do DICT (Diretório de Identificação de Contas e Transações) para rastrear contas suspeitas.
Ainda em 2021, mais precisamente em novembro, o BC também criou o Pix Troco e o Pix Saque. Para que as pessoas pudessem sacar dinheiro em lojas e demais comércios.
Porém, essa facilidade e praticidade deixou os golpistas ainda mais interessados com o Pix. Uma pesquisa realizada em 2022 pela empresa de segurança PSafe mostra um crescimento de 1200% nas tentativas de fraudes com o uso do sistema de transferências.
Por conta disso, o Banco Central lançou novas regras em janeiro de 2023. Confira a seguir quais são!
O limite para realizar transações (transferências ou saques) era feito por operação. Isso quer dizer que a cada vez que você fazia um Pix, o seu limite ficava liberado de novo. Isso mudou! Agora o limite é diário. Se você ultrapassar o valor determinado para o dia, não poderá mais, naquele dia, fazer transferências ou saques pelo sistema.
O Banco Central também determinou um aumento do limite no Pix Saque e Pix Troco. Antes você podia fazer transações de até R$ 500,00 durante o dia e R$ 100,00 durante a noite. Agora o valor máximo é de R$ 3 mil durante o dia e R$ 1 mil à noite.
A pessoa consumidora agora tem liberdade para poder definir o que ela considera horário noturno, em que os valores de limite são menores do que durante o dia. Antes esse horário era determinado: de 20h às 6h da manhã. Agora você decide se mantém essa hora ou muda para até 22h o início da contagem do horário noturno.
Ainda não é obrigatório que os bancos ofereçam essa opção aos clientes. O BC definiu que seja a partir do dia 3 de julho de 2023 para que as instituições financeiras tenham tempo de adaptar o serviço.
Você agora vai poder diminuir o seu limite, se achar que isso seja mais seguro para você. E os bancos estão obrigados a realizar essa mudança de forma imediata. Caso você queira aumentar o seu limite, o prazo continua o mesmo de antes: de 24h a 48h.
Porém, nem todos os bancos possuem nos apps a opção de ajustar o limite do Pix. Por isso, eles vão ter também um tempo para realizar essa mudança: até julho de 2023.
Essas são as mudanças realizadas diretamente pelo Banco Central, mas já havia uma outra sendo feita pelas próprias instituições bancárias. Por conta das falhas do sistema e o número alto de golpes, alguns bancos e seguradoras criaram o Seguro Pix. Ele serviria como uma proteção extra para a realização das transações. Mas é preciso tomar cuidado. Os seguros normalmente não garantem 100% de cobertura e esse serviço é cobrado. O que contraria o próprio Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 14 que diz que o “fornecedor deve dar garantia sobre o produto ou serviço oferecido”.
Para o Idec, desde o início da operação existe uma fragilidade do lado dos consumidores no momento de fazer a transferência, que ainda não foi integrada aos procedimentos de segurança propostos pelo Banco Central. As operações, quando são feitas sobre suspeita e ameaças até com armas de fogo, não dispõe de mecanismos que possam ser imediatamente identificadas pelos sistemas das instituições bancárias e de pagamento. Algo que precisa ser discutido e resolvido pelos operadores.
Além disso, as medidas mais recentes reforçam a praticidade para a utilização do Pix como principal meio de pagamento em operação no país. Porém, é preciso garantir a segurança das pessoas consumidoras. Por isso, é necessária a realização de campanhas amplas de divulgação com orientações e cuidados que os consumidores devem tomar. Até porque sempre que são criadas novas barreiras, o crime também se aperfeiçoa e se adapta.
!!!ATENÇÃO!!!
Mensagens falsas com pedido de dinheiro: roubo de identidade em aplicativos de mensagem (Whatsapp), que geram pedidos de dinheiro entre parentes e amigos para contas de fraudadores.
Mensagens de SMS informando operação suspeita: o envio de mensagem para validação de códigos facilitam o acesso aos golpistas ao Whatsapp para se apropriarem de dados do usuário acessar as contas
Mensagens de cadastro de Chave Pix: o envio de mensagens por SMS, e-mails ou telefonemas como se fossem dos bancos, informando que a chave irá expirar ou o cadastro precisa ser atualizado. Tudo furada para obter informações da conta ou para instalar aplicativos espiões que roubam dados da sua conta.
QR Code adulterado: muitos estabelecimentos e pessoas optam pela chave QR Code para realizar as transações. A criação de páginas falsas e adulteração da chave QR Code desvia o recurso para contas de fraudadores.
Falsas promoções com pagamento por Pix: quem faz compras em comércio eletrônico de estabelecimentos pouco conhecidos e nas redes sociais como Facebook e Instagram precisa ter cuidado com propostas muito vantajosas. Os golpistas recebem o dinheiro e desaparecem após o pagamento por Pix.
Falso Comprovante: há muitas transações não realizadas, em que os golpes emitem falsos comprovantes. Essas fraudes vão de uma simples transferência e atingem até empresas e microempreendedores que comercializam produtos nas redes sociais.
Roubo de celular e empréstimos pré-aprovados: uma prática que também tem sido muito frequente e cabe a responsabilização dos bancos. O aparelho de celular é roubado, desbloqueado e o golpista tem acesso aos aplicativos instalados. Assim, ele consegue navegar pelos aplicativos abertos e fazer a farra com o seu dinheiro. Nos apps de bancos, por exemplo, mesmo sem dinheiro na conta, ele consegue acessar cheque especial, crédito pré-aprovado, empréstimos no geral. Com isso, ele pega esse dinheiro e faz um Pix para a conta dele ou paga alguma compra.
Sequestros e ameaças com armas de fogo: uma situação que infelizmente tem feito muitas vítimas e com grandes prejuízos. Pela ausência de qualquer dispositivo de segurança/alerta, a vítima é obrigada a realizar as operações diretamente sobre ameaça de morte. Por isso é essencial a criação desses sistemas para que as operações sejam colocadas como suspeitas e passíveis de identificação por localização, rastreio de contas e outras medidas que possam inibir a prática de crimes nessas situações.
Todos os golpes praticados exigem da pessoa consumidora uma atenção constante. Tenha cuidado com mensagens enviadas por SMS, telefone, e-mail, redes sociais, Whatsapp ou Telegram. Não ande distraído com o celular na mão e nem exposto em local de grande visibilidade como painel de carro.
É muito importante também ter cuidado e não fazer transações através de rede de wi-fi, que não são protegidas. Elas podem ter espiões fazendo leitura de seus dados e repassando para golpistas.
Desconfie sempre, nunca entre em links e nem retorne a ligações de números associados às mensagens enviadas de pessoas que você não conhece.
No caso de compras online, duvide de super promoções e pesquise sobre o perfil da empresa em conversas nas redes sociais e redes de reclamações. Confira sempre os dados do destinatário antes de concluir a compra ou operação.
Por fim, tenha sempre atenção aos caminhos, horários e movimentação no local em que anda. Evite distrações, olhando o celular na calçada ou caminhando. Mantenha as suas contas bancárias ocultas e coloque senhas em todos os aplicativos de bancos e do próprio aparelho com dupla autenticação. Porém, não deixe a informação disponível no mesmo endereço de e-mail que está instalado no celular. Isso também vale para o código de acesso para alterar e validar senhas no próprio aparelho.
Lembre-se que se o smartphone for roubado, a alteração vai para o próprio celular. Se for vítima de furto ou roubo, entre em contato imediatamente com o banco, solicite o bloqueio da conta e faça o boletim de ocorrência.
As novas regras do Pix são importantes para se evitar golpes e facilitar a sua vida. Porém, ainda são ineficientes. É preciso fazer muito mais! Achou este conteúdo importante? Compartilhe-o com seus amigos e familiares nas redes sociais!
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