Saiba mais sobre a metodologia aplicada

A metodologia aplicada pelo Guia dos Bancos Responsáveis (GBR) foi desenvolvida e é revisada a cada dois anos pela rede da Fair Finance International e pela Profundo, uma consultoria de sustentabilidade sediada nos Países Baixos. As instituições financeiras também são convidadas e incentivadas a contribuir com o seu aprimoramento.

As propostas são levadas a FFI, que decide integrá-las ou não. A título de exemplo, em 2018 o Banco Safra sugeriu uma mudança na redação do elemento 1 do tema Impostos, mudança que foi aceita e incorporada na atualização da metodologia. Essa pequena alteração significou um aumento de 0,6 ponto na nota dos bancos brasileiros.

O GBR analisa os compromissos públicos assumidos pelas instituições financeiras em relação à 18 temas, divididos em três categorias:

  • Temas transversais: se relacionam com todos os setores econômicos e industriais apoiados pelo banco.

  • Temas setoriais: se conectam a segmentos específicos da economia.

  • Temas operacionais: estão associados às questões internas das instituições financeiras.

Estes temas são compostos por elementos de avaliação que são formulados de forma a acompanharem o progresso das políticas do banco. Quanto mais elementos incorporados nas políticas, maior a nota.

O Projeto Guia dos Bancos Responsáveis tem por objetivo avaliar o nível de compromissos das instituições financeiras com critérios socioambientais e climáticos, seja nas suas políticas, seja na suas práticas. A análise das políticas é feita por meio do processo de estudo que resulta nos relatórios. Já a prática é avaliada por meio de estudos de caso e publicações de artigos sobre temas específicos que são publicados em nosso site.

Quer saber se os bancos cumprem aquilo que escrevem nas suas políticas? Nos estudos de caso do GBR você vai ver como eles as colocam em prática. Confira.

 

Esquema de pontuação

As políticas de responsabilidade socioambiental dos bancos foram avaliadas em temas, constatando-se a existência ou não, em cada uma delas, de elementos que mensuram o compromisso das instituições financeiras com os aspectos ASG de seus financiamentos e investimentos. Cada tema pode ter entre 9 e 28 elementos de avaliação, que compõem a média final no assunto.

Para pontuar em um elemento, inicialmente verifica-se a presença do conteúdo do elemento na política do banco, concedendo então a Pontuação Básica, que é de 0 ou 1 (lógica booleana) e corresponde a 50% da nota final do elemento.

Os 50% restantes da nota de cada elemento dependem do Escopo da Política. É verificada a aplicabilidade da política do banco a quatro categorias de investimento, cada uma com 12,5% de peso: créditos corporativos, financiamento de projetos (project finance), gestão de recursos próprios e gestão de recursos de terceiros (asset management). A cada categoria de escopo em que a política for aplicável será atribuída nota 1. 

A metodologia do FFI analisa as políticas das instituições em quatro categorias de serviços financeiros:

  • Créditos corporativos: empréstimos e outras formas de crédito fornecidas pela instituição financeira a empresas, permitindo que estas financiem despesas de curto prazo e/ou investimentos de longo prazo. Créditos corporativos trazem uma taxa de juros e são garantidos por ativos específicos ou pelo balanço da empresa como um todo.
  • Financiamento de projetos (project finance): uma forma específica de crédito corporativo para financiamento de projetos industriais ou de infraestrutura específicos. Diferentemente dos créditos corporativos, o empréstimo é garantido pelo fluxo de caixa do projeto, e não pelas demonstrações financeiras da companhia envolvida no projeto.
  • Gestão de recursos próprios: instituições financeiras investem seu dinheiro em ações e em títulos corporativos ou soberanos, além de outras formas de securitização. Este investimento pode ser feito comprando ações individuais e títulos ou por meio de fundos de investimento. Esses investimentos são listados nas demonstrações financeiras da instituição.
  • Gestão de recursos de terceiros: instituições financeiras também podem oferecer soluções em aplicações, como fundos de investimento e fundos índices. Os clientes podem ser investidores institucionais ou pessoas físicas. Essa definição inclui toda espécie de administração de recursos de um cliente por uma empresa de serviços financeiros. 

Há três temas cujo escopo da pontuação são diferentes. No tema Remuneração, as quatro dimensões de avaliação do escopo são, ao invés das modalidades de investimento, os grupos de colaboradores aos quais as políticas de remuneração são aplicáveis: todos os funcionários; conselho de administração; e diretoria executiva. Em Proteção ao Consumidor e Inclusão Financeira, há apenas a pontuação de conteúdo, que pode ser 1, 0,5 ou 0, conforme explicado anteriormente.

 

Para mais detalhes acesse os documentos da metodologia:

Versão executiva da Metodologia 2023 - Em português

Metodologia da FFI 2023 na íntegra - Em inglês

Resumo de Mudanças na Metodologia 2023 - Em inglês