GBR Internacional cobra instituições financeiras em meio a pandemia
No Brasil, o Idec solicitou ao governo que tenha contrapartidas claras de todas as empresas e instituições que recebem ajuda
O Guia dos Bancos Responsáveis Internacional (FFGI), que no Brasil é organizado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), divulgou nesta semana uma nota para cobrar como instituições financeiras e empresas que mantêm suas políticas de responsabilidade social e ambiental. Segundo texto, uma pandemia de Covid-19 está sendo usada como justificativa para aquelas ações que são deixadas de lado ou abandonadas.
"Enquanto governos e empreendimentos respondem a pandemia, uma combinação de medidas emergenciais, ações políticas e oportunidades flagrantes causadas por violações de direitos humanos, supressão de direitos civis e desrespeito a padrões de responsabilidade ambiental e social. sendo utilizado para justificar abusos econômicos, sociais e ambientais ", diz o texto.
Veja aqui a nota na íntegra
O GBR Internacional é uma rede global de organizações da sociedade civil que atua a partir da Ásia, Europa e América com objetivo de avaliar como políticas e práticas de investimento do setor financeiro em todo o mundo.
No Brasil, o Idec já enviou carta ao Ministério da Economia e ao Banco Central para solicitar que instituições financeiras que utilizam pacotes emergenciais do Governo apresentem contrapartidas, como exemplo ou não pagamento de bônus aos executivos com base em repasses públicos e redução das taxas de juros aos consumidores . O objetivo é evitar que esses recursos sejam usados para gerar lucro e garantir que a socorro chegue à população mais impactada pela crise na saúde e economia.
Entre as ações que são demandadas internacionalmente estão:
- práticas responsáveis do setor financeiro, impedir o comércio especulativo de moeda e matéria prima;
- regulação coordenada do setor para que instituições financeiras e seus acionistas não se utilizem dos pacotes econômicos emergenciais para lucrar indevidamente como resultado da crise;
- que o setor financeiro se responsabilize por impactos sociais, de gênero e ambientais nas suas carteiras de investimentos e ativos; que parem de investir em negócios poluentes ou empresas que violem os direitos humanos;
- e que aumente os recursos destinados ao financiamento de tecnologias de energia limpa, redução das emissões de GEEs (gases do efeito estufa), e proteção e regeneração de ambientes naturais e biodiversos.
Nota: o GBR Internacional também pode comprometer o monitoramento ou acompanhamento de ações de bancos e tornar suas práticas aplicadas pela sociedade, por meio de seus estudos e avaliações de políticas financeiras. Assim, permitir que cada cidadão possa fazer sua parte e pressionar a instituição financeira do qual é cliente.