GBR Internacional cobra instituições financeiras em meio a pandemia

02 abril 2020

No Brasil, o Idec solicitou ao governo que tenha contrapartidas claras de todas as empresas e instituições que recebem ajuda

 

O Guia dos Bancos Responsáveis ​​Internacional (FFGI), que no Brasil é organizado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), divulgou nesta semana uma nota para cobrar como instituições financeiras e empresas que mantêm suas políticas de responsabilidade social e ambiental. Segundo texto, uma pandemia de Covid-19 está sendo usada como justificativa para aquelas ações que são deixadas de lado ou abandonadas.

"Enquanto governos e empreendimentos respondem a pandemia, uma combinação de medidas emergenciais, ações políticas e oportunidades flagrantes causadas por violações de direitos humanos, supressão de direitos civis e desrespeito a padrões de responsabilidade ambiental e social. sendo utilizado para justificar abusos econômicos, sociais e ambientais ", diz o texto. 

 

Veja aqui a nota na íntegra

 

O GBR Internacional é uma rede global de organizações da sociedade civil que atua a partir da Ásia, Europa e América com objetivo de avaliar como políticas e práticas de investimento do setor financeiro em todo o mundo. 

No Brasil, o Idec já enviou carta ao Ministério da Economia e ao Banco Central para solicitar que instituições financeiras que utilizam pacotes emergenciais do Governo apresentem contrapartidas, como exemplo ou não pagamento de bônus aos executivos com base em repasses públicos e redução das taxas de juros aos consumidores . O objetivo é evitar que esses recursos sejam usados ​​para gerar lucro e garantir que a socorro chegue à população mais impactada pela crise na saúde e economia. 

Entre as ações que são demandadas internacionalmente estão: 

  • práticas responsáveis ​​do setor financeiro, impedir o comércio especulativo de moeda e matéria prima; 
  • regulação coordenada do setor para que instituições financeiras e seus acionistas não se utilizem dos pacotes econômicos emergenciais para lucrar indevidamente como resultado da crise; 
  • que o setor financeiro se responsabilize por impactos sociais, de gênero e ambientais nas suas carteiras de investimentos e ativos; que parem de investir em negócios poluentes ou empresas que violem os direitos humanos; 
  • e que aumente os recursos destinados ao financiamento de tecnologias de energia limpa, redução das emissões de GEEs (gases do efeito estufa), e proteção e regeneração de ambientes naturais e biodiversos.

Nota: o GBR Internacional também pode comprometer o monitoramento ou acompanhamento de ações de bancos e tornar suas práticas aplicadas pela sociedade, por meio de seus estudos e avaliações de políticas financeiras. Assim, permitir que cada cidadão possa fazer sua parte e pressionar a instituição financeira do qual é cliente.